No dia 13 de março de 2015, mais
uma vez os Professores do Estado mais rico da nação, São Paulo, decidiram
entrar em greve tendo em vista uma enorme e justa pauta de reivindicações.
Desde então, tenho buscado acompanhar a luta destes guerreiros através das
postagens nas redes sociais, dos depoimentos de colegas e, claro, das versões
dadas pela mídia nada imparcial.
Muito me entristece ao analisar todo este contexto da greve e concluir que a classe docente não tem o apoio que merece da própria sociedade, inclusive de grande parte dos colegas que insistem em não participar deste movimento justo em busca de mais qualidade no ensino público. Pra falar bem a verdade, não consigo compreender como é que professores, formadores de opinião, multiplicadores de conhecimento, conseguem ficar inertes diante de tanta injustiça entre seus pares. Atualmente o professor é o profissional com ensino superior mais desvalorizado do mercado. Há profissões de nível médio que recebem o dobro da remuneração de um docente. Podemos tomar como exemplo os estagiários da ALERJ - Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, que nesta semana receberam aumento de 93%, totalizando aproximadamente R$3 mil mensais por 4 horas diárias de trabalho.
Muito me entristece ao analisar todo este contexto da greve e concluir que a classe docente não tem o apoio que merece da própria sociedade, inclusive de grande parte dos colegas que insistem em não participar deste movimento justo em busca de mais qualidade no ensino público. Pra falar bem a verdade, não consigo compreender como é que professores, formadores de opinião, multiplicadores de conhecimento, conseguem ficar inertes diante de tanta injustiça entre seus pares. Atualmente o professor é o profissional com ensino superior mais desvalorizado do mercado. Há profissões de nível médio que recebem o dobro da remuneração de um docente. Podemos tomar como exemplo os estagiários da ALERJ - Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, que nesta semana receberam aumento de 93%, totalizando aproximadamente R$3 mil mensais por 4 horas diárias de trabalho.
No entanto, a pauta de reivindicações é muito mais extensa. A educação precisa ser revisada e necessita urgente de atitudes concretas que contribuam para o avanço da nossa sociedade. É impossível que um professor consiga atingir plenamente seus objetivos pedagógicos tendo mais de 40 alunos em sala de aula, dispondo apenas de recursos básicos, como lousa e giz, ou nem isso. Um professor precisa ter uma carga-horária em que esteja previsto o tempo necessário para o preparo das aulas, correção de atividades, trabalhos e avaliações. Ele precisa que sua remuneração seja digna e suficiente para manter suas despesas e para que possa investir na sua formação pedagógica e cultural. A escola precisa de recursos para se tornar mais atrativa, mais dinâmica e um verdadeiro ambiente de aprendizagem.
A escola precisa disso... o professor precisa daquilo... mas há anos que estas necessidades são apontadas e apenas soluções paliativas são apresentadas. Nada que resolva efetivamente o problema da educação no estado de São Paulo.
Infelizmente parece que ainda estamos longe, muito longe de atingir os objetivos da classe docente. Por um lado temos um sindicato fraco, que sempre se contenta com as migalhas e, na boca dos professores, é absolutamente político. Por outro lado há milhares de professores despolitizados e acomodados que decoraram um discurso de que não confiam no sindicato, por isso não entram em greve, mas não incapazes de compreender que o sindicato é construído pela própria classe trabalhadora. Se ele não luta pelas mudanças, de fato nada mudará. Por um terceiro viés ainda há um governo que analisa e se diverte com toda esta situação de conflito interno, tendo um apoio mais do que necessário da mídia. Um governo que corta os recursos da educação e não reconhece que a greve seja legítima. Um governo absolutamente descompromissado que deseja um povo que tenha apenas um diploma e um histórico escolar - apenas uma folha de papel, mas que de conhecimento não tenha levado nada, porque assim fica mais fácil se manter no poder. E ainda temos uma mídia que destina mais tempo do seu principal telejornal para mostrar o panelaço de uma parcela da sociedade que não aceita a democracia, do que para evidenciar e denunciar o caos da educação no estado de São Paulo, e quando faz alguma menção utiliza de recursos gramaticais e discursivos para confundir a população e fazê-los acreditar que todo o caos não tem nada a ver com o intocável e todo poderoso Geraldo Alckmin.
Amanhã, 07 de maio de 2015, ocorrerá uma audiência de conciliação entre o sindicato dos professores e o governo do estado. Penso que seria o dia ideal para 100% de paralisação, para mostrar o descontentamento de todos os docentes, mas sei que isso é utópico. Realmente é muito mais fácil ser parasita e permanecer de braços cruzados esperando os benefícios conquistados por aqueles que estão há mais de 50 dias lutando, lutando para que todos tenham mais qualidade de vida no trabalho, lutando para que a profissão se torne mais atrativa para bons profissionais que diariamente procuram outros empregos, lutando para que a educação seja de qualidade para todos.
E para finalizar, deixo uma música do grande Gabriel O Pensador que faz refletir sobre toda essa situação de inércia por parte de alguns colegas.
Prof. Marcelino Peres
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